Inteligência Artificial





2023 iniciou com a popularização e com a polêmica gerada em torno do ChatGPT. O sistema realmente impressiona, com soluções e respostas rápidas em formato de conversa com uma inteligência artificial que consegue entregar resultados com uma velocidade sobre-humana. 

No campo das artes, acompanhei de perto artistas que recebiam 'Comissions' (uma forma de encomenda de arte) se sentirem ameaçados por programas como MidJourney que faz um compilado de estilos e entrega opções de artes em estilos variados em poucos minutos. Para quem quer 'uma coisinha simples', essa Inteligência Artificial serve. Não vou entrar no da moralidade artística aqui, afinal, sabemos que mundialmente, desenhistas e escritores só são valorizados quando entram para o Hall da Fama da categoria. A imensa maioria sofre para pagar as contas enquanto recebe pedidos de 'uma coisinha simples' que 'não custa nada' pelo menos quatro vezes por dia.

Passei a última semana estudando o ChatGPT da OpenAI e pelo que pude observar, ele não vai conseguir substituir escritores de imediato. Os textos robóticos podem servir até mesmo como brainstorming, mas da maneira que está atualmente, não consegue desenvolver um romance com detalhes necessários para prender a atenção de leitores. O estilo de cada escritor, ainda é uma marca inconfundível, como uma impressão digital. A alma do texto, não pode ser gerada artificialmente. 

Mas se não tem alma, onde o ChatGPT seria útil? Meu caro leitor, ele seria excelente se utilizado em profissões que precisam justamente serem isentos de sentimentos. 

O Direito pode ter uma grande revolução tecnológica com a Inteligência Artificial. Imagine casos como de Mari Ferrer, como o caso da criança de 11 anos estuprada que foi impedida pela juíza de abortar, casos que claramente tiveram julgamento de valores pessoais que influenciaram nas decisões. 

Sem sentimentos, a IA pode tomar decisões baseadas apenas em fatos, evidências e levar a ferro e fogo diversos casos. Sendo eu uma mãe solo que já foi constrangida em audiência, imagino que um sistema não vai perguntar sobre escolhas pessoais. A IA pode inclusive se tornar uma barreira para pessoas que usam o sistema de maneira abusiva e sem provas. Imagino que a Inteligência Artificial pode, inclusive, acelerar processos que ficam anos mofando nos juizados.

Outro uso para a IA é acelerar a parte de aprovação de processos nas prefeituras. Há alguns anos fiz uma proposta para um funcionário da SeHAb em São Paulo sobre um aplicativo que desenharia os projetos de acordo com os parâmetros estipulados pelo Plano Diretor da Cidade. Engenheiros e Arquitetos ainda seriam responsáveis pela fiscalização das obras, mas o app geraria a licença de construção automaticamente. Minha proposta, claro, foi ignorada por questões de orçamento e pelos próprios funcionários públicos que demoram de 4 a 5 anos para aprovarem os processos se sentirem com os empregos ameaçados. 

Não sei se a Inteligência Artificial vai substituir artistas e escritores, mas espero que antes disso, substituam profissionais que alimentam um sistema retrógrado de funcionalismo público, que custa caro ao contribuinte e que - diferentemente da exigência de agilidade e rapidez do mercado privado - se move sem pressa alguma. 



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