O Pai tá On - Paul McCartney em São Paulo



Comecei a gostar de Beatles um pouco tarde. Depois da adolescência, quando minha fixação era apenas boyband, comecei a expandir o horizonte para o Rock. Minha mãe, fã de clássicos, nunca ouvia música em casa. Nem rádio de pilha tinha. Se limitava a programação das emissoras quando estava dirigindo. 

Mas isso não quer dizer que ela não me acompanhava nos shows quando ainda não era tecnicamente adulta para sair sozinha. 

Tenho uma lista dos shows mais incríveis da minha vida. No topo, até ontem, estava  Robin Gibb, o Bee Gee que veio ao Brasil sozinho pouco tempo antes de morrer. Foi um show cheio de clássicos e tão perto do palco quanto o dinheiro poderia pagar. 

Minha lista segue com o fodástico show da Alanis Morissette em 1999 no mesmo Credicard Hall (minha mãe foi comigo). Depois Backstreet Boys (desse ano, 2023) quando eles usaram toda a maturidade que adquiriam para fazer um show que derreteu o público. Eu os assisti em 2001, no Anhembi e novamente em 2009 (sou fã mesmo). 

Aqui, minha lista vai ficar polêmica, porque curto ópera pop e eu simplesmente AMEI o show de Il Divo no Espaço das Américas em  2016. E sigo com Andrea Bocelli em 2009, Hanson em 2000, Laura Pausini em 2012 e Five em 2000. 

E somente depois de ver toda essa galera que tive material para comparar e colocar Paul McCartney no topo da minha lista de shows mais incríveis do mundo. 

Aos 81 anos, o ex-Beatle conseguiu a proeza de fazer 50 mil pessoas pararem para ouvirem cada segundo do que ele tinha para entregar ali no palco. Cantamos junto? Claro, mas diferente de todos os outros shows, parecia que todos estavam maravilhados com o tamanho monumental daquele artista. 

O céu estava encoberto e até uma garoa fina ameaçou atrapalhar. Mas parece que os céus se abriram quando Paul pisou no palco. Foi inacreditável, mas até estrelas apareceram. 

Não foi fácil conter as lágrimas nas inúmeras homenagens que Paul entregou, principalmente o dueto com John Lennon (que eu não sabia, porque evitei 'spoilers' do show até o último minuto). Entre músicas novas e antigas, Paul se divertiu no palco e acredito que esse seja o segredo para para tanta entrega. Ele se diverte muito, faz brincadeiras - aprendeu a dizer O Pai Tá On - e surpreendentemente só parou depois de 2h20 de show para um intervalo de 5 minutos (eu me perguntava se ele não parava para beber água). 

Foi uma troca alucinante de instrumentos por quase três horas. A banda, a produção, tudo estava simplesmente impecável. O setlist levou todos ao delírio contemplativo: Love Me Do, Dance Tonight, Blackbird, Ob-La-Di, Ob-La-Da, Get Back, Let It Be, Live and Let Die, Hey Jude, Helter Skelter,  I've Got a Feeling (o dueto virtual com o John Lennon).

Me desculpem os fãs da Taylor Swift que ocupou o mesmo espaço há poucos dias, mas ela precisa comer muito arroz com feijão pra fazer o que o Paul no Allianz. 


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