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Mostrando postagens de junho, 2023

Malhando com Ódio

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  Eu odeio ir para a academia, ir malhar, puxar peso, ficar suando entre um monte de estranhos e ‘perdendo tempo’ ao invés de fazer coisas que gosto e me divertem. Porém, reconheço que malhar tem benefícios, não apenas os estéticos (que, pelo visto devem dar algum retorno, afinal influencers fitness nunca estiveram tão em alta), mas principalmente saindo de uma pandemia os exercícios são essenciais para se recuperar do sedentarismo do home office, do acasulamento social e para quem pegou as doenças, para recuperar os pulmões da melhor forma possível. Continuo não gostando de malhar. Meu recorde de frequência em academia foi de dois anos. Conseguia intercalar entre musculação e natação, conseguia ir três vezes por semana em um horário que tinha apenas eu na academia, assim, tinha atenção do professor e os equipamentos ficavam limpos e sem suor alheio. Porém, na primeira oportunidade de ficar em casa, não hesitei e curti meu sofá por sete anos. Lembro que a Netflix teve uma boa p

Elementos - Fofo e esquecível

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Não acredito que vou dizer isso. O mesmo estúdio que fez Coco (Viva - A Vida é uma Festa) e Soul (e simplesmente explodiu meu coração de alegria com histórias excelentes para combinar com a animação de primeira linha) fez um filme esquecível.  Elementos bate na tecla que todo terapeuta holístico e astrólogo sabe de cor e salteado: fogo é explosivo, água é sentimental, terra é realista e ar é imprevisível. Logo, temos uma combinação que qualquer sinastria mostraria como problemática: Faísca esquentada e Gota chorão.  Se fosse apenas isso teria uma boa premissa, mas Elementos ainda conta a história de uma família imigrante e os preconceitos que sofre para se adaptar ao novo lugar. Retoma a discussão sobre seguir seu caminho mesmo que sua família espere algo diferente e o discursinho raso de que todo mundo tem seu lugar e está tudo bem. Todos se perdoam e se entendem porque são família.  Não temos um grande vilão, um grande clímax ou personagens secundários que valha a pena lembrar o nome

Dia dos Amores Verdadeiros

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Doze de Junho sempre foi aquele dia importante para o comércio brasileiro. Em tempos de vida liquida e de aparência nas redes sociais, o amor parece estar em todos os lugares, mesmo que seja apenas um sorriso amarelo em uma praia poluída (que tinha magicamente linda com filtro adequado).  Existem aquelas pessoas que se sentem na obrigação de mostrar que tem alguém nessa data. Precisa fazer uma declaração pública, mostrar um presente e fazer 'mistério' sobre o remetente ou ainda, assumir de vez a solteirice e escrever um textão sobre a importância do amor-próprio.  Não importa o presente, a manifestação ou os dias de autocuidado que já tive na data. Já passei sozinha desejando ter alguém, já passei sozinha amando minha liberdade, já passei acompanhada por interesses amorosos. Todos eles tiveram um gostinho de vazio no final. Aquela sensação de comprar um prato que todos acham maravilhoso e você constatar, para sua tristeza, que era 'só' aquilo.  Tive apenas um dia dos na

A Pequena Sereia e o Cancelamento de uma Geração

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Quando eu tinha 4 anos, A Pequena Sereia original foi lançada. Assisti em VHS, no sofá da sala, e devo ter pedido ao meu pai para alugar o filme tantas vezes que ele acabou comprando uma cópia. Assisti em português até a fita estragar. Aos 14 anos, terminei meu curso de inglês e estava determinada a assistir e memorizar todas as músicas no idioma original. "Under The Sea" é simplesmente maravilhosa. Até os meus 25 anos, eu não via problema na mensagem que Ariel passava. Ou seja, em 2010, já formada em cinema há pelo menos 5 anos, eu ainda via a animação como uma válvula de escape de um mundo hostil. Foi apenas quando saí da minha bolha ficcional que entendi o problema gigantesco de vender uma sereia (que vamos combinar, é algo que brilha nos olhos de muitas meninas) como alguém que busca única e exclusivamente um namorado, renunciando sua cauda e deixando para trás tudo o que ela é: herdeira do trono aquático, para se dedicar a um relacionamento. É possível traçar um paralelo